sexta-feira, 23 de maio de 2014

Pausa de vírgula

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Por Germano Xavier

para Tatyane Diniz Viana

quanto tempo uma súplica endeusa um hoje
levado um logo um todo dia
quantos relógios marcarão as faltas
de um pra sempre de um dia sim de um dia não

quantas feridas se abrirão exangues e mórbidas
numa qualquer hora avessa a um às vezes melancólico
quantos homens insensíveis restarão nascidos
num qualquer dia de incertas vagas ou num de um nunca mais
de um jamais infame! assim com ênfase
quantos poemas serão trocados pelo tempo do lucro
nas ruas de pernas ligeiras e olhos cegos

de quantos em quantos homens-sanduíches propagaremos
este fingir que não ou este não de se saber como
nem um de nem lembrar quem somos
o que amamos ou se tudo não tocamos

Um comentário:

Arco-Íris de Frida disse...

Gosto de pausas... nao gosto de virgulas, prefiro as reticencias...