quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O encouraçado Potemkin e a lógica da revolução

Imagem: Google
Por Germano Xavier

O mar se abriu. Tormentas, só do passado. Hoje as coisas estão mais fáceis, alguém diria. Nem sei. Mas continuamos com aquele todo pesar. Uma hora ou outra tudo explode mesmo, tudo extrapolará. Ninguém nasceu para comer carne podre, com vermes em dança nojenta. E eles vão insistir sempre, não pense o contrário. Dirão que são apenas larvas, e que nada farão de mal ao organismo já acostumado com podridões. É quando a revolta aumenta e cerramos o punho de ódio, e não de outro sentimento. 

O mar não está para peixe. Quase nunca está. Já esteve algum dia? Está tudo tão desalinhado na linha do horizonte... nem sei o que dizer. Continuamos com aquele sempre penar. Em boa hora virá a mágica. Kabam! Alakazam! Um contra todos. Ou melhor, todos contra um. Não há nada de comestível nessa ordem invertida de valores em que vivemos. Antes, somos as comidas. Devoradas por especulações, máquinas, engrenagens macabras, sistemas, moedas, consumos, farsas, corrupções, bandidagens, esgotos de todos os tipos. O que fazer?

Recusar a carne fétida. Eis o princípio de tudo. A recusa é um ato de fé. Fé é um artifício de e para desobediências. Um dia tudo sai do controle. O mundo é incontrolável. Somos incontroláveis até certo ponto. Até o ponto final. Há no mundo vários Vakulinchuks, marinheiros das revoluções, bucaneiros das manifestações. Temos o poder de fazer com que os soldados abaixem as suas armas de Estado, seus canos de alienação. Do que precisamos?

Talvez, de alimentar os peixes com carnes lógicas e partícipes dos mercados. Peixes são animais carnívoros. E nem que eles não fossem... desceríamos as escadas, em multidão, tal qual uma onda abrupta, rompendo, varrendo os medos e as angústias de nossos abissos adormecidos, de costas para o passado, de frente para o futuro. Veríamos o quão bonito é a cor de nosso próprio sangue, quando derramado sobre a pele do chão que amamos. Veremos?

Sim. Até porque a vida está sempre recomeçando. Perdemos para um dia sairmos vencedores. Ninguém pode com a gente. Juntos, digo. Unidos, podemos tudo. Ou quase tudo, até mudar o mundo para melhor. Contra a injustiça, a força da coletividade derruba e aleija. Czares sempre existirão. Nossos filhos, que descem rolando mundo afora, precisam de mãos vivazes. Odessa será o marco de um triunfo pleno, onde homens e mulheres reabilitarão os mares de antanho, contaminados de perversidade e desequilíbrio. Somos intolerantes por natureza. Não esqueçamos disso, jamais. Mais carvão nessa fornalha, por favor, pois o mar se abrirá!

Um comentário:

André disse...

Olá! Como estás? Estou de passagem por aqui e gostaria de te convidar a conhecer o blog de um amigo que se juntou recentemente à comunidade. Não peço que o sigas, apenas que percas alguns minutinhos a ver o trabalho dele, e se entenderes que deves, dar uma opinião e então seguir – Ele seguir-te-á de volta. Mas isso parte de ti, sem qualquer compromisso, certo? :) Em vez de retribuíres comentário no meu, retribuiu no dele como gesto de boas vindas ao blog, que tal? ;) Deixo nas tuas mãos. Um abraço apertado. Até breve.
Link: http://umcavaleiroperdido.blogspot.pt/