quinta-feira, 31 de maio de 2012

Quando morre um poeta


Seu Ângelo autografando o seu livro "Realidades Telúricas", em 20/01/2012.


Por Germano Xavier

Para o poeta iraquarense Ângelo de Mattos Pereira, 
in memoriam, 
a minha sincera homenagem. 


quando morre um poeta
inaugura-se um novo castelo
no céu (ou no inferno)
para que o poeta morto nunca o habite
nem o meio-austral do mundo
no mundo dos homens comuns

poetas não habitam purgatórios
poetas habitam os caminhos
de se ir sempre (nus)
pelas estradas ferozes que precisam ser caminhadas

poetas são bestas endiabradas
que domam palavras iradas
na silenciosa existência do tempo

quando morre um poeta
(espécie de deidade gauche feita de impropérios)
morre também um vergel de brasas
(mas com sementes nos sulcos telúricos
deixadas para o Belo insistir)

4 comentários:

Germano Viana Xavier disse...

Fotografia: Germano Xavier

Rebeca dos Anjos disse...

Ser que é
É um poeta...

Excelente!

Muito bom descobrir este espaço!!

Abs

Jullio Machado disse...

O bom poeta não morre:
vira poesia. (como este tributo poético)
Abraços!

Roselia Bezerra disse...

Olá,
O poeta extravasa o que tem no coração e se revela leitor dos sentimentos do mundo...
Abraços fraternos de paz