quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Lumiar


medito sobre a espuma lunar
(uma imagem)
e desaprendo a ver a matéria.
- o que podemos enxergar, afinal?

há um sol cansado na lua que acorda,
persiste um revoar-passarinho sem asas – a lua,
não pode ela ser um mar circular preso num quadro?
onde dorme a lua do dia?
que mancha aborda a esfera sem imponência
de um sol aberto numa claridade óbvia?

a alma das coisas é escura, não dá para ver
(por mais que tentemos).
não dá para ver o fim dela, da alma,
do escuro da alma
das coisas. não dá.


Nono poema-imagem/imagem-poema da série Preto-e-Branco:Poesia.
Fotografia de Daniela Gama.

5 comentários:

Artes e escritas disse...

Às vezes, não entendo nada, mas gosto do diálogo. Um abraço, Yayá.

controvento-desinventora disse...

Quem sabe além do olhar poético, num ohlar meta
físico, dê pra vê mais fundo que o fundo dela.

lisa disse...

Um ruído na escuridão -
Forma-se circulos prateados.

Jullio Machado disse...

A circunstância me faz cometer um impossível chavão pleonástico: esse texto é de profundidade profunda.
Até!

Dani Gama disse...

A M E I!!! deixo os aplausos da minha alma para essa poesia perfeita, Gê. Feliz pela parceria a já imaginando ele em livro, em breve, com as bençãos de Deus e da Luz.