sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Relógios de solágua


Por Germano Xavier

Encarregar-se de se premer por entre
relógios de sol e água; deixar-se,
nuvioso, escorregar no vão do tempo,
na espreita de sempre e sempre
a procura.

O não gostar de quem

te esmera o oco, o surdo
e absurdo instante de si.

Se ser.
Clepsidra. Capadócio.
Climático o signo de se ser,
nauta: o nado. Eu que quis

te navegar em atóis
e bermudas, teu cetim
morno em queima...

O combusto ar de tua
polpa ainda verde, em mim
ainda o suco, por amadurecer.

Examinar-se, a te sentir o colo
de toda minha acastelada doença.

Um comentário:

Franciéle Romero Machado disse...

Dei uma passada por aqui...li também o poema Presentes e não posso deixar de falar do quanto gostei dele. O início me chamou a atenção e o li por completo.Muito bom.
Esse dessa postagens também é muito bom, quanto talento para escrever tu tens *___*
Parabéns poeta! =D

Abraços e um ótimo dia...