sábado, 22 de junho de 2013

Libelular


Por Germano Xavier

minha cantiga precipita-se,
(ainda de menino esta competição
de memórias leais)
da janela do meu quarto
vai libelular
- onde não te pus?

e fica apenas o trato
que não te dei, e o sangue
coagulado, de um vazar obstruído.

desafias, veloz, o tempo.
teu instinto baldio
não vê muros nem trincos nem cercos.
vai perfurando meus limites
sobre o pátio da emoção,
até que pulse em mim
apenas a sineta do vago silêncio,
em perfurações
volantes.

a libélula pasta sobre a mesa.
eu, branco e sem domínios,
apascento todo o meu gado.

é quando a memória, esta vadia,
abre as pernas para o estrangeiro.

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