sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ciranda salina


Por Germano Xavier

Bêbados se equilibram
em graças.
A confraria dos idiotas
perfura a avenida,
descoberta e libertina.
Contra os muros,
as rãs se afogam em luzes.
As rãs, sem escape,
bebem da morte branca
e silenciosamente cruel.
As acéquias estão secas,
mas são as mesmas...
e da água dormida,
cala a voz de ânsia
e força o mistério.
As mulheres dançam seus desastres.
As mulheres de belos rostos se lamam.
E é tudo tão frágil, o calor,
que vão se saber fungíveis,
os sentidos, a mágica barata, gratuita.
A vida em confetes jogada.
Bêbados, em esquinas, equilibram-se
em graças.
Contra os muros,
as rãs se afogam em luzes.

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