domingo, 30 de dezembro de 2012

Educare & Comunicare


Por Germano Xavier

CITELLI, Adilson. Educação em tempo de comunicação. In: Comunicação e Educação - A linguagem em movimento. 3.ed. São Paulo: Senac, 2004.


Mais inteligente do que acreditar que o desenvolvimento cognitivo e social dos indivíduos, principalmente dos jovens, ocorre de maneira direta e lógica, profundamente associada ao comportamento de cada pessoa, seria pensarmos que todo esse processo de crescimento está intimamente ligado a diversificados fatores, a tomar como exemplo a família, a escola, os amigos, entre outros, jamais "culpando" a influência unidirecional pelo exercício "único e individual" referente à formação de hábitos socialmente negativos ou positivos. É o que pensa Citelli, doutor em letras e professor livre-docente da Escola de Comunicações e Artes da USP, uma referência no assunto, ao discutir as possíveis intensidades mediadoras dos meios de comunicação, com um enfoque na mídia televisiva.

Citelli ainda explica que as diferentes mídias, as quais dá o nome de "escolas paralelas", levando-se em consideração tanto o aparelho físico quanto o imaterial/virtual (computador/ciberespaço), estão entrando em choque direto com o atual sistema educacional, exigindo dele uma nova metodologia para a efetuação de sua prática e compreensão dentro do próprio ambiente escolar. E é sobre esse embate, ou melhor, sobre esse diálogo quase que obrigatório entre os elementos da comunicação e da educação que o autor discorre seus argumentos, sempre apontando para as recentes diretrizes e descobertas desse novo campo de intervenção social: a educomunicação.

Uma aproximação que tem o seu caráter histórico e social. Num mundo globalizado, tecnologizado, informatizado, dotado de ferramentas comunicacionais/informacionais instantâneas, não haveria lógica ou razão para não percebermos uma demanda fortíssima frente à união desses dois segmentos, posto que os modelos e requisitos gerenciais da sociedade também evoluíram, impondo ao homem novas necessidades e habilidades. Isso porque é na sala de aula, local de "conflitos positivos" das mídias, onde se pretende o melhor aproveitamento do mecanismo da interdiscussão, sob diferentes prismas e registros, no intuito de resignificar códigos múltiplos recebidos a todo momento.

A escola redesenhada para as novas preocupações da comunidade, capaz de funcionar de maneira mais flexível, construindo um compromisso com as novas realidades, preocupada em revelar os melhores caminhos para a construção do conhecimento em cada indivíduo, despertando o senso crítico e visão mais acurada sobre os acontecimentos que o rodeia é, sem dúvida, o objetivo maior dessa zona de interferência educomunicativa. Para isso, segundo Citelli, é preciso reconhecer, em primeira instância, a possibilidade de trânsito de significações que entram em circulação social fluindo dos mecanismos midiáticos para as salas de aula, e vice-versa. Assim, buscando tornar a educomunicação mais aprazível e simples, novos quadros indicativos de progresso tenderão a vir à tona.

Um comentário:

Germano Viana Xavier disse...

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